02 abril 2008

Bons Augúrios


Antes de mais tenho que agradeçer ao Rui (apontou-me uma caneta bic com o pretexto de me esvaziar o globo ocular se não comentasse este livro, como também que eu dissesse que foi por causa dele que o adquiri... "Ou falas neste livro ou ficas com o globo ocular completamente arrebentado, fodasse caralho! e diz que fui eu que mandei, fodasse" pronto Rui, já disse...), por me ter falado neste livro. Obviamente já tinha ouvido falar nestes Bons Augúrios, mas ainda não tinha tido oportunidade de o ler. Após ter lido Coraline, fiquei com o bixinho do Gaiman entranhado nas entranhas, e esta foi sem dúvida uma excelente compra.

Imbuído de sarcasmo, ironia e uma grande dose de humor, o livro Bons Augúrios é, sem dúvida, uma excelente dose de adrenalina.Se o tema do fim do mundo é, só por si, pouco usual, a forma como é tratado neste livro é simplesmente fantástica, original e inesperada.

Tudo nos é apresentado por dois amigos de longa data, que ao longo da narrativa reflectem de forma pouco convencional sobre diversos temas, com algum tipo de crítica inerente ou simplesmente por se tratarem de situações completamente estapafúrdias.

Estes dois amigos seriam perfeitamente normais, não fosse um pequeno facto. Um, Aziráfalo, é “um anjo, além de livreiro de edições raras em part-time”. Outro, Crowley, um “anjo que não terá propriamente Caído, antes se Deslocou Incertamente para Baixo”.

A partir daqui são-nos relatados os planos diabólicos ou angelicais de destruição do mundo tal como o conhecemos. Sim, porque tanto Deus como o Diabo planeiam, cada um pelo seu lado “ou ambos em co-autoria conspiratória”, o fim do mundo.

Após eras de projectos, é agora chegada a hora do confronto final.Mas tudo se torna mais complicado quando freiras da “Ordem Tagarelante de Santa Berília” – aquelas que têm direito a estar caladas apenas umas horas por dia, claro está! – e os “Quatro Cavaleiros (leia-se Motoqueiros) do Apocalipse” são metidos ao barulho, acabando estes por, juntamente com o Anticristo ele mesmo, “tomar as rédeas dos acontecimentos e sabotar o Armagedão”.

Parece confuso? E é. Até nos deixarmos envolver pela total insanidade escrita de Neil Gaiman e Terry Pratchett, dois conceituados autores no campo da fantasia.Penso que não será preciso reforçar a ideia de que este livro é fundamental na prateleira de qualquer leitor, não só de fantasia, pois esta história merece, de facto, ser lida por todos quantos pretendam humor, por vezes negro, mas sempre inteligente, através do qual o inefável nos vai trocando as voltas e surpreendendo a cada página!

Já vou quase a meio, por isso com licença que vou acabar o resto.

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