18 novembro 2007

Saw IV

Uma das mais interessantes conversas que eu tive ultimamente surgiu quando estava a comentar com a rapaziada sobre o novo filme da Lionsgate, o SAW IV, que foi mais uma vez dirigido por Darren Lynn Bousman. Isto por causa da greve que se faz sentir nos Estados Unidos com argumentistas a reclamarem reconhecimento e valorização profissional. O que está portanto definido que seja forçado uma produção prematura cinematográfica. Algo que é bastante relevante quando se trata de um filme com a fisionomia de SAW. Como sabem todos os anos a Lionsgate encontra uma forma de colocar um novo filme SAW nos cinemas pela altura do Halloween - como eles o fazem é algo que me ultrapassa, mas é bastante impressionante. O facto de que os filmes são feitos de forma apressada, pode significar uma de duas coisas - as falhas passam a ser visíveis porque foi feito á pressa, ou muito possivelmente, o filme é melhor pela forma como é produzido tendo o aspecto e concretização de um trabalho esforçado. Prefiro pensar mais nesta hipótese, porque se não o fosse acabaria por ser um filme nitidamente forçado, com longos atrasos e situações incoerentes. SAW IV sente-se como um pensamento inicial, um argumento escrito num papel e trabalhado apenas com o suficiente para encher o enredo deixando-nos com mais uma divertida “Halloween treat”.

Agora, após a notícia do assassinato de Detective Kerry, dois novo detectives do FBI, Agente Strahm (Scott Patterson) e Agente Perez (Athena Karkanis), chegam á apavorada comunidade policial para ajudar o veterano Detective Hoffman (Costas Mandylor) a desenviçilhar-se com mais um quebra-cabeças de Jigsaw. No entanto, o Comandante Rigg (Lyriq Bent) da SWAT é raptado e empurrado para um jogo, o último de Jigsaw, e tem noventa minutos para superar uma série de armadilhas... ou enfrentar as consequências mortais.

Depois de Jigsaw (Tobin Bell) morrer em SAW III muitos de nós imaginava como seria a continuação sem o seu legado ter sobrevivido, e é aqui que temos uma série de flashbacks a revelar a origem, do novo ícone do terror. Além disso, o final do filme irá revelar algo tão chocante que nos obriga a ter de prestar atenção tanto ao SAW, SAW III e IV novamente. O génio e o problema deste novo legado leva-nos a "torcer" a carola, isto porque é muito confuso quando é revelado. Mas é sem dúvida um excelente dispositivo que irá dar um valioso contributo para a franquia.
O que é igualmente impressionante é saber em que medida Darren Bousman veio como realizador de SAW fazer os três filmes seguintes, e SAW IV é sem dúvida o mais competente, elegante e “cleanest” da sua carreira. As transições são espantosas (talvez mesmo overdone) e o filme tem muito mais profundidade do que apenas cortes de imagem num piscar de olhos rápido (flashbacks). O editor Kevin Greutert - que trabalhou em todos os quatro filmes - também desenvolveu as suas habilidades ao nos mostrar que um filme SAW pode ser mais do que um flashback num intenso ritmo… este é o primeiro da colecção Saw a levar algum tempo, e realmente é bem construido sobre a personagem da situação, (Rigg’s counting down clock).

A história, escrita por Marcus Dunstan e Patrick Melton com alguma ajuda por Thomas Fenton, também é exclusivo para o facto de que haja um certo carácter na história. Não é “overdone” e nem mesmo ridículo, como foi, por vezes, SAW II. Mas a história não poderia ter chegado à vida sem o fantástico Lyriq Bent e Betsy Russell (a ajudante serva de Jigsaw). Ambos os actores desempenharam um enorme papel em trazer essa história á vida e torná-la credíveis.

SAW IV será para qualquer fã da saga um reafirmante e desmaquilhador facial da Mary Kay, e vai caber numa agradável caixinha de guloseimas. Melhor é quando sair a caixa de conjunto desta quadrologia. Este tem tudo o que sempre se quis de um filme SAW e realmente ele traz o ciclo completo de horror disfarçado de intensidade perturbadoramente "pânicosa". A única coisa que poderia desagradar alguns dos fãs é certamente a suposta continuação de mais uma mão cheia de filmes da Saga, que possivelmente fará de Freddy Kruegger (de Pesadelo em Elm Street), sentir-se um menino. Estou ansioso de um Saw 8 ou um Saw 9.

Será certamente tão brutal como o fechar da porta na cara de Adam do primeiro Saw… Mas isso é o que estamos é espera não é? Vá lá… sejamos honestos, é estupidamente delicioso saber que, e como Jigsaw tão calmamente afirma: “this is only the beginning…”.



1 comentário:

Anónimo disse...

Fodasse, qualquer dia, és tu convidado a fazer um Saw8, que achas? Se eu pudesse convidava-te! Qualquer dia o realizador aqui és tu pá. És do caralho pá! Um abraço meu grande amigo Lecas.