
Inicialmente acompanhamos o texano Llewelyn (Josh Brolin) um típico campestre Americano sem grande instrução e bom senso que se depara com uma grande descoberta no meio do deserto. Entre os destroços do que parece ter sido um brutal ataque entre duas facções de traficantes de droga, encontra um mala recheada de dólares, seduzido pela sua ganância, decide “roubar” a dita cuja. O pobre homem, nunca imaginaria a carnificina que a sua acção iria despontar, Chiguhr (Javier Bardem) um perigoso psicopata está bastante interessado naquela mala e irá fazer de tudo para a recuperar nem que para isso tenha que massacrar e matar todos os que lhe aparecem á frente. Começa então um perigoso jogo do rato e do gato que pelo meio vai ter outros intervenientes como o preponente e experiente xerife Bell (Tommy Lee Jones).

O argumento do filme também ele escrito pelos Coen e premiado com o Óscar de melhor argumento adaptado (baseado no livro de Cormac McCarthy) está muito bem construído. Ao misturar o típico western texano com o típico thriller, cria uma história interessante e pouco usual que sem duvida alguma revolucionou e espantou Hollywood. As personagens do filme retratam um pouco os filmes do velho – oeste, temos o Xerife, o bandido e o renegado todos entrelaçados num jogo de violência repleto de tiroteios e explosões, mas também temos o suspense dos thrillers com fugas e um pânico constante por parte da personagem principal. Os diálogos também tem uma forte presença no filme, por um lado temos diálogos mais concretos e menos elaborados das personagens menos instruídas do filme por outro temos as conversas e pensamentos platónicos, cultos e profundos principalmente protagonizados pelo Xerife.
O elenco do filme também se encontra a um nível fora do normal, Josh Brolin é um bom actor mas não dá muito nas vistas, a sua personagem apesar de ser uma das principais não impressiona nem é muito desafiadora, no fundo é um ladrãozito que se vê envolvido num conflito inesperado. A interpretação de maior destaque é sem dúvida Javie Bardem que interpreta um vilão psicopata que não presta atenção nenhuma ás regras da sociedade e á razão, esta sim uma personagem muito interessante de se acompanhar e tentar entender, algo que se torna bastante difícil devido á complexidade da sua personalidade muito bem construída por Bardem, logo o Óscar para Melhor Actor Secundário é completamente merecido. Outra interpretação interessante é a de Tommy Lee Jones, que veste a pele de um xerife experiente e seguro de si próprio, no fundo representa a única sensação de justiça do filme, é também a personagem que nos fornece um discurso mais moral e idealista, podemos dizer que é a voz da razão do filme.
As paisagens desérticas do Estado do Texas podem não ser muito apelativas na realidade, contudo a fotografia de “No Country For Old Men” torna-as enigmáticas e naturalmente belas, igualmente interessante é a forma como retrata as pequenas vilas do Estado e os próprios cenários de violência.Sinceramente não tenho muitos defeitos a apontar ao filme, a acção decorre com alguma lentidão de tal forma que o filme tem uma duração de quase duas horas e meia mas acho que não torna o filme mais aborrecido ou menos apelativo, pelo meio temos sempre as estrondosas explosões e a curiosidade de saber o que é que Chiguhr vai fazer a seguir. Forte e intenso, “No Country For Old Men” é sem duvida um dos grandes filmes de 2007, opiniões divergem e cada um tem direito á sua mas é muito difícil ficar-se indiferente a esta obra-prima dos Coen.
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