20 fevereiro 2008

Como sobreviver a um ataque de zombies

Eis a minha nova aquisição literária:




Está lindo! Recebi-o ontem e já li metade (e não é assim tão pequeno). A parte melhor do livro é que em parte alguma o autor trata aquilo como uma brincadeira - muito pelo contrário, o tom de todo o livro é 100% sério; aprendemos a preparar-nos para um ataque de zombies (que pode vir a qualquer momento, como toda a gente sabe), para onde fugir, que armas usar em caso de ser necessário combater, etc..

Escrito pelo argumentista do Saturday Night Live, Max Brooks (o sobrenome não é coincidência, ele é filho de Mel Brooks), o texto decorre com uma cínica seriedade sobre a ameaça dos mortos-vivos e o que fazer para nos preparar-mos contra a iminente praga destas criaturas. O autor usa uma linguagem técnica, porém totalmente acessível, para esmiuçar todos os aspectos da "zumbinidade" aos preocupados leitores, desde tácticas de defesa e armas mais efectivas até a misteriosa morfologia zombi, passando pela psicologia e comportamento dos mortos-vivos. Há ainda pérolas dignas como o capítulo que ensina a preparar a casa contra um longo cerco destes mórbidos seres.


Tudo isto, é claro, baseado na ficção - especialmente nos filmes de George A. Romero -, mas tem também uma crítica social que geralmente é atribuída ao género. A paranóia anti-terrorista contra os Estados Unidos é facilmente notada em diversos parágrafos do livro, bem como a incapacidade de entender as motivações alheias – “Estão nos a atacar, mas quem são eles, por que nos atacam?”Ao iluminar os cantos mais obscuros e pouco explorados destas criaturas (literal e figurativamente), como a digestão zumbi (!), Brooks também é bem-sucedido na criação de um leque de ideias para futuras produções do género. Não por acaso, o livro gerado a partir deste - World War Z: An Oral History of the Zombie War, uma compilação de relatos da grande guerra dos humanos contra os mortos -, entrou na mira de Hollywood antes mesmo do seu lançamento. A Paramount Pictures adquiriu há alguns meses os direitos de filmagem, com produção de Brad Pitt através de sua empresa Plan B.

Alguns capitulos do Manual, porém, estendem-se demais, como as diferenças entre os zumbis gerados a partir do voodu e os zombis "naturais", infectados com o Solanum (o vírus que reanima a carne, grande contribuição "científica" de Brooks à ficção zombi), mas nada que não possa ser remediado. Afinal, trata-se de um guia prático, técnico até, que dispensa a leitura linear de um romance. Não que eu recomende uma leitura leviana do texto. Longe disso. Afinal, se passarmos um capítulo pode significar apuros no futuro. Ou de que outra maneira poderiamos saber que um zumbi voodu tem medo de fogo e um zumbi infectado não? Todo cuidado é pouco e conhecer o nosso inimigo é necessário.Aprende-se tudo sobre o que é um zombie, a origem deles, do que eles são capazes, a psicologia deles, o que estudos sobre os mesmos revelaram. O livro chega ao ponto de descrever o que fazer num mundo dominado por zombies, caso eles surjam em número tal que a civilização, tal como a conhecemos, desapareça.Recomendo vivamente. Pode parecer absurdo, mas nunca se sabe quando nos pode salvar a vida.

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