22 outubro 2007

30 Days of Night


Após cinco terríveis filmes “Sam Raimi's Ghost House Pictures” finalmente tomou a liberdade de mergulhar na “R-rated horror” e produziu o que inevitavelmente é o seu melhor filme de sempre. 30 DAYS OF NIGHT, que foi criada como uma banda desenhada por Steve Niles, é também um dos melhores filmes de terror da Sony (Columbia Pictures) feito em anos. Fãs da banda desenhada podem ficar satisfeitos com esta adaptação, que tem uma ideia simples e transforma-a numa atractiva obra de arte, bem como num banho de sangue de insanas proporções.

Instalada na cidade isolada de Barrow, Alasca, no extremo norte do hemisfério, é mergulhada numa completa escuridão anualmente por um mês inteiro. Quando a maioria dos habitantes prepara-se para o inverno, um misterioso grupo de estranhos aparecem: e é aqui que começa a sanguinária acção, prontos para aproveitar a escuridão para alimentação ininterrupta sobre moradores da vila. Como a noite será longa, Barrow's Sheriff Eben (Josh Hartnett), a sua esposa Stella (Melissa George), e um grupo de sobreviventes têm de fazer tudo o que podem até a luz do dia chegar.

David Slade é um génio. Após o suspense de HARD CANDY, não havia dúvida de que este veterano director comercial tenha feito o seu melhor negócio, alguém que consiga manter uma audiência sobre a borda da sua sede durante uma hora e meia. Com 30 DAYS OF NIGHT não só mostra a sua capacidade de criar tensão, mas também inventa um olhar para um filme que nunca foi feito antes. Este é realmente um livro de banda desenhada que vêm à vida, com todo o seu explendor, directamente de THE TWILIGHT ZONE. Há cenas que literalmente fazem nos sentir como se estivessemos ao lado de Stella ou de Eben escondendo-nos da Cornucópia sanguinária. David Slade trouxe para a vida este mundo, e tornou completamente credíveis.

Para além do olhar do filme, a plateia de Slade funciona como se estivesse na situação. Ele literalmente leva a plateia para dentro do filme, criando assim um nível de compromisso com os personagens e dando-lhes a sensação de que, se os personagens vivem, eles vivem. A linguagem é construída directamente para a necessidade do momento e nada parece estar lá apenas como uma mordaça. Por exemplo um dos personagens socorre alguns infectados, e isto torna-o em alguém que realmente aprendeu a amar e por isso mesmo segundo a visão do realizador, ele tem de morrer. Numa das cenas, Eben caminha para o quarto e fecha a porta, e todos nós temos a visão de todos os efeitos sonoros e a visão de uma rapariga de lágrimas nos olhos lavada em pranto. Desolador, é um momento em que teria sido desvalorizado com uma utilização intensiva de sangue. Slade também entende que há alguns momentos onde ele fornece algumas das imagens com mais sangue derramado durante um longo tempo. Vemos também um personagem a obter o seu braço cortado e assistimos ao como ele grita como o osso relativamente fora da carne. E, em um dos momentos mais emocionantes do filme, vemos uma “machine tear dozens of vampires apart, limb from limb”. Em suma, 30 DAYS OF NIGHT tem tudo. Trata-se de um Velocity para o rosto (creme de limpeza e esfoliante), literalmente.

Houve apenas algumas coisas que realmente me preocuparam. A primeira foi a mistura excessiva de planos altos, senti que seria completamente desnecessário. A segunda falha é quase um doce mal necessário, sendo que me refiro á duração do filme. Senti que 30 DAYS OF NIGHT é um pouco longo e enfadonho nalguns momentos. Tal como referi anteriormente, era como se Slade tentasse trazer o público para o cinema, daí ter sentido um filme muito desconfortável e foi como se Slade estivesse a tentar que o público se sentisse exactamente como os personagens se sentiam. Num ponto próximo do final onde nós só queremos ver o fim de toda a acção, não porque estamos entediados, mas porque é desconfortável, Slade leva o público a um longo passeio e nunca mais nos vemos fora do filme, no entanto não existe qualquer "empurrão aqui para parar", a menos que naturalmente carreguemos no STOP do comando do DVD. Finalmente, penso que a transição dos 30 dias foi mal feita porque não se consegue realmente dizer em quantos dias se desenrola a acção. A única referência a tempo real é o próprio título do filme.

Com tantas lições dadas a partir de filmes como Romero's NIGHT OF THE LIVING DEAD (trabalho de grupo e viver, lutar uns com os outros e morrer), e reconhecendo as falhas do género de filmes vampiricos , Slade e companhia foram capazes de selar as fissuras e entregar uma sólida película de terror - um filme que é quase perfeito. 30 DAYS OF NIGHT não é apenas um filme, é um passeio. Slade leva-nos para fora do cinema e ficamos tão mergulhados no filme que vamos sentir a emoção de quase todos os personagens. Saiu a dia 19 de Outubro nos EUA, por isso preparem-se para 30 Days of Night, um dos filmes mais “violent, scary and suspenseful horror film in years”.


4 comentários:

Martinis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Martinis disse...

Companheiro, os meus parabéns!

Excelente design, um tema altamente interessante... tens aqui um "blogiciado*" para este teu sitio...

Abraço...

*Marca registada para Pedro Martins

Anónimo disse...

Querias um 24 horas não?
Não aparecer ou n te ter sido indicado q de facto se passam em 30 dias, está de facto, subjectivamente intríseco no título da obra, como e bem indicas.

Anónimo disse...

Estou ansiosa por ver aqueles dentes serrados e o mar de sangue a escorrer sobre a brancura dos mantos de neve... Vai ser a loucura! Adoro vampiros... Wahahahahah!