
Partindo da obra imortal de Bram Stocker e das anteriores adaptações ao grande ecrã (entre as quais, claro, Nosferatu), Terence Fisher colocou pela primeira vez Christopher Lee sob a capa do conde Drácula, criando assim uma imagem de marca que se tornou até hoje reconhecida. Esta obra, tal como muitas outras que se lhe viriam a seguir sob o signo da produtora Hammer, é hoje alvo de autêntico culto; um requintado série B, se assim se quiser colocar a questão.E de facto é quase impossível não simpatizar mínimamente com o filme que pega em toda a complexidade da obra original e faz dela um filme de terror, com momentos arrepiantes. Mas a verdade é que é sempre difícil fazer uma avaliação justa a este filme que, se por um lado nos conquista com esse seu charme mítico, por outro nunca consegue ser uma obra especialmente marcante em termos cinematográficos. Temos a já conhecida história, sobre um vampiro (Christopher Lee) que espalha o terror por odnde quer que passe, atraindo especialmente mulheres para as suas mãos, sugando-lhes depois o sangue. No seu encalce está o destemido Dr. Van Helsing (Peter Cushing), disposto a tudo para terminar com tal reinado de terror. Compreendo na perfeição o culto à sua volta, mas não serei de todo capaz de me incluir no grupo, talvez por não ser fã habitual deste género clássico (embora aprecie Anne Rice), ou apenas porque simplesmente se trata de um argumento demasiado simples, em torno de uma obra de uma complexidade enorme, pedindo apenas ao espectador que se assuste um pouco com o sangue. O que vale é que tal pedido é perfeitamente justificável e o filme cumpre os seus propóstios. E além de tudo o resto, que é o que interessa, é que ninguém resiste ao Christopher Lee debaixo daquela capa?
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